segunda-feira, 23 de março de 2015

To be continued...

Era uma vez uma menina.
Era uma vez um rapaz.
Quis o destino que eles se encontrassem. Quis o tempo que a amizade crescesse. Ela no Rio de Janeiro, ele em Nova Iorque. Mas e daí? Eles têm Facebook, e-mail, whatsapp... Não tinham a desculpa da distância para se distanciarem.

Um dia, o universo resolveu brincar de bagunçar a vida dela, que se viu então num caos de sentimentos, perdida naquele turbilhão de pensamentos, mudanças e dor. Foi quando ele veio e a salvou, assim, como um super herói mesmo! E ele fez tanto, mas TANTO por ela... Que só com reticências mesmo para terminar esta frase.

Primeiro ele disse: "Você é de verdade!", quando nem ela acreditava mais nisso. Ela então sentiu que alguém a enxergava. Mas mais que isso - conseguia ver sua alma! Ela chorou.

Depois veio a bronca: "Você está sendo egoísta se escondendo!". Ela chorou mais.

Em seguida, muito sério ele disse: "Aprenda a ser grata." Foi aí que ela se calou e deixou aquela frase ecoar na sua cabeça. E talvez (e tomara) ela ecoe para sempre. Engoliu o choro.

Ele incentivava a arte que existia nela. E mesmo quando a chama estava bem fraquinha, quase morta lá dentro, ele vinha com um isqueiro para não deixar ela se apagar.
"Escreve! Atua! Faz! Começa! Vai!" - dizia ele!

Ela nunca se sentira tão importante, tão incentivada e previamente admirada.

Não satisfeito, ao final, realizou um sonho antigo dela!

A menina da cabeça bagunçada, começou a buscar uma forma de agradecê-lo, mas estava cada vez mais difícil... Um presente? Um gesto? Um abraço mais apertado do mundo? Uma palavra? Qual??!! À essa altura ela já havia percebido que nenhuma palavra nunca seria suficiente para agradecer. Ela bem que tentou, durante dias, mas acabou chegando à conclusão de que, além disso, esta palavra não existia, ainda não tinha sido inventada.

Então, pela falta de palavra, de gesto, de presente e pela perplexidade em que ela ainda se encontrava, decidiu: daria uma promessa. Iria começar a escrever, como ele tanto a encorajava. E não pararia. E não parará. E o primeiro exemplar do livro que um dia ela publicar, vai ser dele, autografado!! E todos os trabalhos que ela fizesse, daqui para frente, teriam um agradecimento para ele. "E vou criar um blog!" - disse ela. E o primeiro post seria para ele.

Por ele ser quem a enxergou e no meio do furacão, estendeu a mão (a mão que cura o choro e acalma a dor) e fez ela acreditar que, mais do que estar viva, ela era DE VERDADE  e deveria ser GRATA!

E ela viu que anjos existem e estão mais perto do que imaginamos, basta parar para perceber. Entendeu que nada deu errado, que Deus escreve certo por linhas tortas e, por mais clichê que isso seja, ela vai sempre torcer para que sejam linhas tortas de cereja, como aquela que eles comeram juntos numa madrugada em NY! E quando alguém  perguntasse de novo se ele era seu namorado, ela diria, muito orgulhosa: "Não. Ele é meu AMIGO!" (em negrito, caps lock e sublinhado)! Porque essa palavra tomou mais força depois dessa viagem. Ela será para sempre grata, prometendo estar "always in the art", tentando, sempre que possível, manter o Hakuna Matata way of life.

E se algum dia ele fizer ideia do quanto ele foi, e continua sendo, importante para ela e do quanto a presença e as palavras dele foram essenciais na vida dela, quem sabe ele não a ajude a encontrar a palavra que está faltando. Aquela que vem 500km depois do "obrigada". Porque ela realmente ainda não encontrou.

Com todo amor, carinho, respeito, amizade e gratidão.

C.L.

PS: Ela já começou...