Um
amigo aprontou uma comigo. Me ligou e pediu que eu reservasse 40 minutos pra
ele. Feito. Passado um minuto de conversa:
-
“Agora desliga e vai escrever! Se você
tem 40 minutos pra falar no telefone, tem tempo para escrever também.” – disse
ele.
Tapa
na cara. Ou melhor, pontapé na bunda. Aquele que eu precisava. Muitas vezes,
tudo o que queremos é que alguém tenha a força por nós. Ele, muitas vezes é
isso, a força que não tenho, o olhar e o incentivo que preciso. Acho que vou
mudar o nome do meu blog para “Obrigada, Diego”.
40
minutos depois...
-
Não consigo!!!!!!
-
Escreve sobre não conseguir!
-
Já escrevi ontem!! Tá uma merda o que tô escrevendo!
-
Você hoje está diferente e o texto não será igual.
-
Qualquer barulhinho me irrita. Não tô conseguindo mesmo. Tá foda...
-
Escreve sobre isso, Carol. Você está escrevendo pra você e não para o mundo.
-
Mas eu quero escrever para o mundo!
Bem,
eu estava escrevendo isso:
“Tem
uma brincadeira que eu chamo de “Me lembra”. Um grupo de pessoas em roda, a primeira
pessoa fala uma palavra qualquer que vier à cabeça, por exemplo: “jujuba”. A
pessoa ao lado deve falar a primeira palavra que vier à cabeça dela,
relacionada à “jujuba”, como “vermelho”, por exemplo. A seguinte, associa algo
à “vermelho”, como “sangue” e vai seguindo... “machucado”, “dor”, “amor”, “Roma”,
“viagem”, “férias”, “emprego”, “dinheiro”, “socorro”, “polícia”... Até que
decidem quando parar. Então, invertem a ordem, assim: “Falei ‘polícia’ porque
você falou ‘socorro’. Falei ‘socorro’ porque você falou ‘dinheiro’...”. E por
aí vai até chegar à primeira palavra (jujuba, neste caso). Nunca acreditam que
dará certo. Sempre dá. A graça está nas livres associações imediatas que cada
pessoa faz com a palavra que ouve. É sempre muito particular e quanto menos
óbvio, mais engraçado e interessante fica a brincadeira.
Era
um exercício que eu costumava fazer nos ensaios de um espetáculo. Ele mostra
como as percepções das pessoas são diferentes, como suas histórias são sempre
singulares e como nossas cabeças podem ser mais imprevisíveis do que imaginamos
e, ainda assim, fazer todo o sentido para nós mesmos.”
Aí
ele me vem com essa:
"Há uma vitalidade, uma força vital, uma energia, um estímulo que se traduz em você pelo seu ato, porque só há um de você em todos os tempos; essa expressão é única. Se você a detém, ela nunca existirá por nenhum outro meio e se perderá. Ela não aparecerá no mundo. Não é de sua conta determinar quão boa ela é, nem quão valiosa, nem como se compara a outras expressões. O que te cabe é mantê-la clara e diretamente sua, manter o canal aberto. Você não tem nem mesmo que acreditar em si mesmo ou em seu trabalho. Você tem que se manter aberto e alerta ao anseio que te motiva. Mantenha o canal aberto. Nenhum artista é agraciado. Não há qualquer satisfação, em momento algum. Há somente uma estranha insatisfação divina, uma inquietação bendita que nos impulsiona e nos faz mais vivos que os demais." - Martha Graham
VRRRRÁÁÁÁ!!!
Vou ali passar um Gelol e já volto.
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